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segunda-feira, 24 de março de 2014

SUOR, LÁGRIMAS E PÓDIO NA ABERTURA DO TROFÉU BRASIL DE TRIATHLON



                                                             

Ontem ocorreu em Santos a 1ª Etapa do Troféu Brasil de Triathlon. 

Ano passado fiz o campeonato todo na distância Short, mas como tenho a meta de em 2015 fazer o Ironman 70.3, decidi esse ano mudar para a distância Olímpica.

Pra variar sábado choveu bastante e domingo amanheceu com o tempo fechado e um mar que não estava para peixes, afinal o mar não estava “flat” como é de costume no canal 6.

A largada do Short acontece 1h antes do Olímpico e, com isso, pude ver a largada de todos os meus amigos e dar uma força também durante a transição da natação para bike, isso serviu para esquecer o nervosismo e logo chegou a hora da minha largada.

Confesso que estava nervosa com o Silvio competindo recém-operado. Não estava preocupada se ele terminaria a prova ou não, se ele teria condicionamento ou não. Minha preocupação era de que ele não sofresse, não sentisse dores e que ninguém o machucasse no mar. 

Tentei não demonstrar meus sentimentos, mas depois que o vi correndo em direção ao mar desmoronei. 
Só fiquei tranquila quando o vi entrando na área de transição são e salvo. Conversei rapidamente com ele enquanto fazia a transição e fiquei mais tranquila em ouvi-lo dizer que estava bem. 

Pude juntamente com o Jhonnes ajudar ainda nossos amigos e atletas: Kalel, Luiz Fernando, Gustavo e Fernanda.

E chegou minha hora!

Neste momento o coração disparou. 

Nunca havia feito uma prova em que eu saísse do mar e voltasse a ele. 

Entrar no mar geralmente é a parte mais difícil pois precisamos passar pela arrebentação e depois de nadar 750m não foi nada fácil enfrentar novamente aquela sequência de ondas. 

Apesar de homens e mulheres largarem juntos, não sofri com a força masculina. 

Fiz a primeira volta bem: saí do mar com 15 minutos e o Garmin marcando 1000m. Já na segunda volta foi difícil chegar à primeira boia e tive que nadar peito durante um tempo, assim recuperei o ritmo até a segunda boia. 

Saí do mar para entrar na transição com 2000m nadados e as pernas bambas. 

Intercalei trote e caminhada até recuperar a respiração e corri em direção à minha bike. 

Lá estava o Silvio (para o meu alívio), vê-lo inteiro foi uma alegria imensa, mas não tive tempo de conversar com ele e saber como ele estava e já saí para o pedal.

O asfalto do percurso das etapas de Santos do Troféu Brasil é tenebroso, especialmente na Zona Portuária em que é difícil manter um ritmo constante devido a enorme quantidade de desníveis na pista. 

Durante o percurso peguei também muito vento contra e fiz muita força para tentar manter uma velocidade constante, ao passar em frente a transição para completar a primeira volta do ciclismo lá estavam meus amigos dando força e gritando meu nome (isso faz muita diferença, acreditem!). 

Na segunda volta passar pela Zona Portuária foi uma tortura! Já sentia dores nos braços e as pernas não respondiam mais ao que a mente pedia.

Entrei na transição para deixar a bike com os músculos gritando. 

Corri uns 300m até passar em frente ao pessoal que estava na tenda da CM Team e avistei o Silvio. 

Ele tirava fotos minha, então o chamei e ele veio correndo até mim: o choro foi inevitável. 

Eu precisava colocar para fora toda a angústia, dor e cansaço que estava sentindo, ele correu ao meu lado por alguns metros sem falar muita coisa, mas foi o suficiente para me acalmar. 

Fiz a primeira volta da corrida na raça mesmo e quando avistava o retorno para os 5k finais lá estava o Silvio que me disse: “Não desiste! Por mim!”. 

Vontade para desistir não faltava! Mas eu não faria isso! Não somente por ele que fez bravamente sua parte no Short, mas porque se eu não completasse a prova, se não desse a última volta, eu não sentiria a sensação de satisfação que sinto neste momento que escrevo. 

No caminho encontrei com amigos que participaram da prova e os incentivos foram determinantes para que eu seguisse firme. 

Corri tentando trabalhar minha mente positivamente: marquei vários pontos já conhecidos durante o percurso e seguia sempre até aquele ponto e dali até o próximo e assim até a linha de chegada.

Enfim cruzei a tão esperada linha! A linha que separa as crianças dos adultos. A simples linha que muda a vida de todos a cada vez que passa por ela!



O choro ficou engasgado. Peguei minha medalha e enquanto caminhava em direção à minha bike, as lágrimas caíram e logo cessaram. Foram lágrimas de dor, de alegria e também de preocupação.


Sim, preocupação! Naquele momento já pensava onde tinha errado nos últimos meses e o que preciso mudar e melhorar.

Mas já está decido: farei dia 01/06 em São Paulo uma prova muito diferente desta! E ficou um gostinho de quero mais! Quero muito melhor do que ontem!

Hoje é um novo dia e amanhã estarei de volta aos treinos focada na 2ª Etapa!

Obrigada a todos os amigos pelo carinho e incentivo! Tanto os presentes fisicamente quanto mentalmente.


Em especial à Maxion, Paixão por Esporte, Lidia Modas, Timeseg, BodyNutri, Bike Shop Tayoba, 3G Papelaria e minha mãe por nos ajudarem a viver tudo isso!

Obrigada Silvio por existir em minha vida!

2 comentários:

  1. Excelente...Emocionante relato Thaís.... Parabéns pela vitória... Que venha 2° etapa....

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